quarta-feira, 17 de outubro de 2012

O meu país

Vivo num país onde agora quase pagamos para trabalhar.
Tudo é caro. As taxas e impostos aumentam e o ordenado sofre cortes.
Isso até seria suportável se, no meu país, as pessoas vivessem sorridentes pelo país físico e pelo clima que têm.
Seria suportável se não houvesse tanta gente com falta de educação e civismo. 
Seria suportável se não tivesse de começar o dia com o carro bloqueado por outro carro, cujo proprietário estava às 8h da manhã no café ao pé de minha casa e ainda veio tirar o carro como se o estivesse a incomodar muito e a dar-lhe um grande estorvo.
Nada de sorrisos, nada de "desculpe lá!". Que azia!
Gente rude que me faz pensar na porcaria de sociedade que temos. Odeio pessoas mal-educadas e que não pensam nos outros. E vejo disso todos os dias...
Carros que aproveitam a faixa que vai acabar para ainda se meterem e passarem mais à frente no trânsito. 
Não sou assim. 
Faz-me pensar nas sociedades ditas civilizadas e educadas e suspirar pelo desespero que sinto num país que gosto de pensar que tem futuro, mas onde a esperança é arrancada a ferros de dentro de mim...

6 comentários:

  1. Vou confessar-te uma coisa... li este teu texto e, por várias vezes, comecei a esboçar um comentário... e de cada vez que o fiz acabei por voltar atrás, começava a tornar-se demasiado longo para o escrever aqui. Já andei por tanto lado, já levo tantos quilómetros de estrada... aquela imagem virtuosa de Portugal e dos portugueses que nós trazemos da meninice começa a diluir-se mal a vida nos agracia com a oportunidade de viajar por aí, como referes algures neste blog, e nos oferece uma visão de nós mesmos como... nem gregos nem atenienses, mas cidadãos do mundo... não achas? Para mim... ESTA é a importância do viajar... e bom seria que todos nós o pudessemos fazer. Como isso talvez seja esperar demasiado, talvez valha a pena irmos contando o que aprendemos pelo mundo fora... reflectirmos sobre o que raio valemos nós afinal... se algum dia as coisas mudarem por estas bandas, quem sabe se levam de aí um empurrãozinho.

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    1. Tens razão. Viajar abre-nos a alma, os olhos e a cabeça. Mas não é só isso que nos constrói, como é óbvio. Há muita gente muito viajada igualmente intolerante e egoísta. Quem me dera que assim não fosse!
      Vivemos no país das aparências e da merda dos doutores. Como se essas hipocrisias servissem para salvar alguém!
      Se todos dormissem bem à noite, ficaria eu feliz com o mundo. Mas as pessoas preocupam-se com as aparências, mas no fundo vivem angustiadas e infelizes com a realidade.
      Portugal anda a deixar-me triste.
      Viajar, viajar ainda me aquece a alma...

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  2. Bem sei... pensas não me deixa triste a mim? Vivo num país que é a antítese de mim mesmo. Aguardo... não sei bem o quê, mas aguardo... isto vai mudar. Tem de...

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    1. Estou no mesmo. Mas começo a achar que a passividade me assenta mal. O ficar a aguardar é deixar a vida passar por mim.
      É o que sinto e do que tenho realmente medo. De aguardar tanto que me arrependa. Temo ter de ter força para agir o quanto antes e não me esquecer de viver.

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  3. Sim... sem te precipitares, tenta não errares onde errei eu. Quanto a mim... gosto de pensar que ainda tenho uma palavra a dizer. O mundo ainda há de ouvir falar de mim ;o)

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