quinta-feira, 22 de outubro de 2009

"Não tenho tudo o que amo, mas nada do que me ama me tem"



Muitas vezes demoro a dizer amo-te a alguém. Talvez porque para mim não parece trivial como "I love you", talvez porque me custe a dizê-lo... talvez porque tem 1 significado para mim que não sinto com a outra pessoa... ou talvez porque hoje em dia as pessoas não vêem o "amo-te" como algo que merece ser dito quando deve ser dito!

Diz-se "amo-te" porque sim, porque estou tão apaixonada, porque a outra pessoa nos disse... sei lá. Diz-se "amo-te" e fica-se a pensar que pronto... agora tens de o dizer todos os dias! E a palavra banaliza-se.

Eu quero dizê-lo se o sinto sem que corram assustados. Porque é 1 momento, é 1 sensação. Se o quero poder dizer, é porque quero partilhá-lo.

É uma palavra difícil de dizer para mim...até porque não me soa melodiosa como noutras línguas... soa-me a seco. No entanto, é a minha língua. E escrevo também para me consciencializar do valor que damos às palavras... Dá que pensar...

Dizem-no e não o mostram.

Se o amor nos ilubria, às vezes nem se repara que o que está a ser dito, não está a ser efectivamente demonstrado. "ai, ele disse que me ama!!! que fofinhoooo!", e isso chega para iludir, para confundir as hormonas, para dar volta às ideias, e ficarmos contentes por mais umas horas... até à próxima sms...

Ninguém é perfeito...a perfeição não existe, nem a relação perfeita, como tal. Mas será que se pára para pensar no que se está a viver? No que realmente se partilha com alguém, no que queremos se não tivermos aquele alguém connosco? Respeito, partilha, companheirismo. o que é isso?

Mais do que dizerem-se coisas da boca para fora, agora escrevem-se coisas da boca para fora. Enviam-se sms como se comem tremoços. Podem-se fazer novelas inteiras, via mensagens. Para quê dizer na cara, se escrevendo é tão mais fácil!

E mais do que o que dizemos, é a maneira como tratamos as pessoas...

Agora penso nisso quase todos os dias. Valorizar o outro, mostrá-lo quando o sentimos! Para que são as palavras? Terão realmente mais valor que os actos?
Para onde vai a valorização do ser humano perante o outro? Para onde vai a nossa própria valorização?

Há coisas que deixam de me importar com o tempo, outras incomodam que ainda me importem, mas a pouco e pouco contento-me com a libertação de alguns clichés...o que procuro é estar bem. fazer alguém feliz.

Não devia ser isso que importa? Para onde corremos todos?

As relações humanas são, de facto, complexas, e eu penso demais, às vezes..Como as coisas acontecem, como as pessoas reagem, como algo tão igual resulta com uns e não resulta com outros...

Somos realmente imperfeitamente humanos.

Porque se hoje amo alguém... se calhar amanhã já não!

quinta-feira, 15 de outubro de 2009


"Se a nossa vida é provisória, que seja linda e louca nossa história, pois o valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem.Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis."

Fernando Pessoa

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Let's fall in love!

E porque não?
Quando a ouço fico sempre bem disposta =)

Por isso, partilho-a...
Porque nunca é tarde, e porque sabe bem deixarmo-nos ir, e apaixonarmo-nos... por nós...pela vida...

Porque não?

http://www.youtube.com/watch?v=tOXftILfMjg


"I have a feeling, it's a feeling, I'm concealing, I don't know why
It's just a mental, sentimental alibi
But I adore you
So strong for you
Why go on stalling
Our love is calling
I am falling
Why be shy?

Let's fall in love
Why shouldn't we fall in love?
Our hearts are made of it
Let's take a chance
Why be afraid of it

Let's close our eyes and make our own paradise
Little we know of it, still we can try
To make a go of it
We might have been meant for each other
To be or not be
Let our hearts discover

Let's fall in love
Why shouldn't we fall in love
Now is the time for it, while we are young
Let's fall in love

We might have been meant for each other
To be or not be
Let our hearts discover
Let's fall in love
Why shouldn't we fall in love?
Now is the time for it, while we are young
Let's fall in love"

Diana Krall - Let's fall in love

terça-feira, 11 de agosto de 2009

"Façam o favor de ser felizes!"

Já o dizia Raul Solnado. E dizia muito bem.
Questionemo-nos do que fazemos, do que estamos fazendo e do que vamos fazer.
Questionemo-nos se isso nos mete mais próximos de onde queremos estar amanhã.
Questionemo-nos se isso vale a pena, se o fazemos porque queremos, ou se o fazemos porque TEM de ser feito.
Questionemo-nos se a vida, tal como a conhecemos, nos faz mesmo felizes. Se não estamos a viver como achamos que se tem de viver, ou vivemos como achamos que NÓS devemos viver. Mas de verdade. Busquem no fundo de vós. Parem de pensar que se está a fazer o que é suposto. Porque isso está a levar-nos a algum lado?!
Porque raio continuamos a viver e a cimentar uma forma de vida em sociedade que, eu vejo, nem sempre traz felicidade? Porque é que as pessoas insistem em fazer como as outras, e não pensam por elas? De que têm medo? Ou nunca pensam que por mais voltas que demos, nunca sairemos disto vivos?
Sejam realmente felizes na vossa essência! Façam por isso.
Há muitas maneiras de o ser...temos a sorte de viver num planeta tão diversificado! Porque não respeitar as diferentes formas de estar?
O que é que os outros nos estão a fazer de mal com a sua diferença? Ou com a sua igualdade?
Olhem para vós, não para os outros.

Muitas vezes penso, de que serve preocuparmo-nos tanto com coisas que daqui a uns anos nem serão lembradas, nem terão importância!
Perde-se tempo, ganham-se cabelos brancos.
Quando falo do meu futuro com alguém cujo espiríto está completamente incutido nesta sociedade, procuram aconselhar-me à estabilidade, a ter um emprego estável, e a tomar as minhas decisões pensando no futuro... E? Para quê?
Não tem mais piada enfrentarmos o imprevísivel, sabermos dar a volta ao que corre mal, cairmos, levantarmo-nos, e descobrirmo-nos, descobrindo o que realmente nos faz sentir bem nesta nossa curta viagem?

Se a ideia não atrai, pensar nela, nem que seja pôr essa hipótese, já foi bom.
Mas se não agrada, porquê criticar quem é feliz procurando?

"Um Homem rico não é aquele que mais tem, mas aquele que precisa menos."

sexta-feira, 10 de julho de 2009

As minhas 7 maravilhas da Vida

Ontem concluí que devia fazer uma lista do q considero as minhas 7 maravilhas nesta minha etapa e tempo de vida. Estou consciente que podem mudar, mas prometi-me fazer este exercício enquanto a vida me permitir.
Porque há coisas que nem valorizamos senão na altura, e que sabem realmente bem!

1. fazer xixi quando já não se pode mesmo mais e virem as lágrimas aos olhos;
2. coçar, com vontade, uma borbulha (de insecto) que estávamos a evitar tocar apesar da comichão (porque as mães dizem sempre para não coçarmos!!!);
3. beijar ou tocar alguém que nos estava a fazer ansiar por isso (ou vice-versa);
4. um orgasmo.. mas não um qualquer... aquele que anseio, com aquela pessoa, e que me faz rir à gargalhada no fim;
5. contemplar o que a Natureza nos proporciona, e melhor se estiver a ouvir uma boa música;
6. caminhar por aí... por nenhures...apenas sentir.... e fazê-lo a sorrir para os outros;
7. a partilha da felicidade

Na despensa, guardo:
- comer um chocolate daqueles mesmo bons que nos fazem fechar os olhos depois da dentada;
- um duche a ouvir uma boa música (que vai depender dos meus apetites, mas que me faz sempre extremamente bem ao espírito).

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Viva a União Europeia!

8 da noite, Macedónia. Estava ofegante dentro do autocarro que me ia levar directamente a Sofia. Por milagre não o perdi, tudo culpa da minha constante falta de pontualidade... Despedi-me em pressa de uma boa amiga, que foi mais que isso nas semanas passadas naquele pequeno mas hospitaleiro país. Agora, deixava esses momentos para trás e restabelecia a alegria de uma viagem para o que me era inesperado. Observava a paisagem, comovia-me e escrevia-o, porque mais tarde sabe bem partilhar...
tão descansada... até chegar à fronteira com a Bulgária... O autocarro parou. Os minutos passavam e eu não percebia nada. Mandaram-me sair do autocarro...Esperar mais... Que eternidade... Todos me olhavam como uma criminosa e ninguém falava bem inglês.
- "Tem de tirar as malas do autocarro."
- "o quê?! Mas porquê?!"
- "Vamos levá-la para uma sala ali."
Sem perceber nada revistaram-me... "De certeza que se vai resolver rapidamente", pensei...
Quatro horas a ouvir búlgaro e a responder a perguntas, até vir uma intérprete.
O problema? Não tinha passaporte e o nosso enorme BI que diziam não parecer verdadeiro.
"Bulgária já é União Europeia!" - dizia - "Não acredito nisto...Não tive problemas na Macedónia!"
Diziam que não era eu na foto. Mandaram-me falar português (como se percebessem se o dizia correctamente)... No fim, tudo se resolveu... "Desculpe o engano."
Segui viagem num autocarro de turcos para Sofia.
(exercício de escrita: 10 linhas, 10 minutos. Improvisamento, mas a história é real) :)

sábado, 13 de junho de 2009

Filosofias de meio tostão

12 de Junho de 2009 - Lisboa. Sexta-feira que sucede dois dias de feriado e que antecede o dia de Santo António. E a pergunta é: que dia foi aquele?

Toda a gente parece que se evaporou, estava uma brasa que não se respirava, e no meu trabalho senti-me como se tivesse sido deixada pelo meus pais no ATL enquanto eles foram trabalhar! Não se passava nada... estava ali só a encher cartuchos!
Há realmente dias em que temos de nos questionar sobre o que fazer para os tornar melhores...

E lembram-se daquelas deduções e induções que faziamos nas aulas de filosofia?
-> As pessoas são esquisitas.
-> Eu sou uma pessoa.

Logo, Eu sou esquisita!!!
=) sempre brilhantes!

Pensei mais um pouco e tirei as minhas próprias ilações deste fantástico raciocínio: Eu sou muiiitooo esquisita. Quase no limiar preocupante de me tornar doida...daquelas que não vão reparar que o são... E a Humanidade em si....custa-me um bocado fazer parte dela......

Hoje dói-me profundamente o ser!!!....

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Festas de Lisboa!

Lisboa é uma cidade que precisa de ser descoberta, apreciada e aproveitada. Tirar umas horas dos meus dias para me perder nela, é algo que considero absolutamente delicioso... Descobrir ruelas, edifícios, largos, mercados, lojinhas, livrarias, recantos... há sempre novas surpresas mesmo quando fazemos o mesmo caminho mais que duas vezes!
E se a essas horas juntarmos um descanso nalgum dos muitos miradouros da cidade, podemos observar as pessoas que ali passam, observar a cidade e o movimento lá em baixo, ou até ouvir música, escrever ou ler descansadamente... Há também a possibilidade de nos acercarmos dos inúmeros quiosques de rua, ou das tasquinhas bem simpáticas para bebermos um galão, ou um aperitivo e observar o movimento... Com alguma simpatia, conhecem-se pessoas que ainda têm paciência para conversar...conhecem-se rostos e histórias de vida... Um traçadinho na Casa do Alentejo ou uma ginginha do Rossio sabem sempre bem ao fim do dia... porque Lisboa nem sempre é como a pintamos... Há que humanizá-la e compreendê-la bem... está cheia de histórias para serem ouvidas, e pormenores a ansiar serem descobertos. É bom podermos relaxar numa cidade que nem é assim tão cosmopolita, e que vai sabendo acompanhar os tempos... Onde quem nos visita fica maravilhado com as vistas, e com a vida que podemos saborear nas nossas esplanadas enquanto se aproveita o fim do dia.

Estamos na altura das festas da cidade! Há bailaricos a cada esquina dos bairros antigos, e jantaradas que se prolongam até tarde. Quem percorre as ruas antigas, sente o cheiro a Verão, das noites que tardam a chegar, das mesas dos restaurantes nas ruas e do cheiro da sardinha assada.
O ponto alto será a noite de 12 para 13 de Junho. Onde se celebra a noite de "Santo António de Lisboa (para os italianos Santo António de Pádua (ver imagem da Basílica de Santo António, em Pádua, onde está sepultado)), com o nome de baptismo Fernando Martim de Bulhões e Taveira Azevedo, (Lisboa, cerca de 1191 / 1195 – Pádua, 13 de Junho de 1231), foi um frade franciscano português, canonizado pela Igreja Católica e por esta proclamado Doutor da Igreja. Primeiramente foi frade agostiniano em Coimbra (1210), depois frade franciscano conventual (1220), viajou muito, vivendo inicialmente em Portugal, depois na Itália e na França. No ano de 1221 passou a fazer parte do Capítulo Geral da Ordem de Assis, a convite do próprio Francisco, o fundador. Foi professor de Teologia e grande pregador. Foi convidado por São Francisco para pregar contra os Albigenses em França. Foi transferido depois para Bolonha e de seguida para Pádua. Morreu aos 36 anos." (retirado da Wikipédia).

Para quem quer aproveitar a cidade, o site www.egeac.pt dá-nos informação das mais variadas festas a ocorrer por esta altura.

Divirtam-se!


quinta-feira, 4 de junho de 2009

Istanti


Na verdade isto é 1 poema. Li-o numa vila perdida em Itália, à porta da loja de um artista, e desde aí que é uma inspiração para mim. Pequenas coisas mas... já dizia Thoreau: "The Man is richest whose pleasures are the cheapest."

"Se potessi vivere di nuovo la mia vita, nella prossima cercherei di commettere più errori. Non cercherei di essere perfetto, mi relasserei di più. Sarei più sciocco di quanto io non lo sia già stato, di fatto prenderei ben poche cose sul serio.
Sarei meno igienico.Correrei più rischi, farei più viaggi, contemplerei più tramonti, salirei più montagne, nuoterei in più fiumi. Andrei in luoghi dove mai son stato, mangerei più gelati e meno fave, avrei più problemi reali, e meno problemi immaginari.
Io fui uno di quelli che vissero ogni minuto della loro vita sensati e con profitto; Certo che mi son preso qualche momento di allegria. Ma se potessi tornare indietro cercherei di avere soltanto momenti buoni. Ché, se non lo sapete, di questo è fatta la vita...di momenti: non perdere l'adesso.
Io ero uno di quelli che mai andavano da nessuna parte senza un termometro, una borsa dell'acqua calda, un'ombrello e un paracadute; Se potessi tornare a vivere, vivrei più leggero. Se potessi tornare a vivere, comincerei ad andare scalzo all'inizio della primavera e resterei scalzo fino alla fine dell'autunno.
Farei più giri in calesse, guarderei più albe, e giocherei con più bambini, se mi trovassi di nuovo la vita davanti.
Ma vedete, ho 85 anni e so che sto morendo."

Jorge Luis Borges

Hino à Vida!


"Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não encontra graça em si mesmo. Morre lentamente quem destrói o seu amor-próprio, quem não se deixa ajudar. Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito, repetindo todos os dias os mesmos trajectos, quem não muda de marca, não se arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa com quem não conhece. Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru. Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o negro sobre o branco e os pontos sobre os "i's" em detrimento de um remoinho de emoções, justamente as que resgatam o brilho dos olhos, sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos. Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho, quem não se permite pelo menos uma vez na vida fugir dos conselhos sensatos. Morre lentamente quem passa os dias queixando-se da sua má sorte ou da chuva incessante. Morre lentamente quem abandona um projecto antes de iniciá-lo, não pergunta sobre um assunto que desconhece ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe. Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior que o simples facto de respirar. Somente a perseverança fará com que conquistemos um estágio esplêndido de felicidade."
Pablo Neruda

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Fim de capítulo


Lisboa, Portugal.
Um destes dias aprendi que tudo o que foi bom dura o tempo suficiente para ser inesquecível. E ponto! - pensei.
Somos o que vivenciamos, o que assimilamos, o que aprendemos, e somos claramente um bocadinho de todas as pessoas que se cruzam na nossa viagem. Seremos nós alguma vez um bocadinho de nós mesmos?
O que eu sei é que percebi que as pessoas se cruzam connosco sempre com um propósito, e algumas há que são necessárias para nos darem o "empurrãozinho" que precisávamos.
Digo isto para chegar onde quero mesmo: há já uns tempos acabei o meu capítulo, não fechei o livro, mas virei 2 páginas!
Disse um "basta!" para tudo o que me azicrinava há tempo de mais... tudo o que me torturava e consumia sem eu querer ver... Segui.
Estou aqui no meu novo capítulo, feliz por ter (pelo menos) encontrado o meu fio à meada, não me encontrei mas procurar-me-ei eternamente com certeza. É essa a minha busca. Serei eu? Serei daqui? o que faço? Gosto de pensar que temos um papel no meio disto tudo...gostava de poder pensar ao final do dia que cumpri a minha missão por hoje...Mas... cumpri?.... Perguntem-me para onde vou...Não sei... Sei que tenho um longo, longo caminho a percorrer.
Fim de capítulo? Sim.
Quero ser uma turista na minha cidade, um extra-terrestre no meu planeta. Quero espantar-me com o que observo, descobrir, aprender, viajar, assegurar-me que permito que alguém sempre saia da minha presença a sentir-se melhor e mais feliz.

"There is no destination. The journey itself is the essence of life experience."