quarta-feira, 24 de junho de 2009

Viva a União Europeia!

8 da noite, Macedónia. Estava ofegante dentro do autocarro que me ia levar directamente a Sofia. Por milagre não o perdi, tudo culpa da minha constante falta de pontualidade... Despedi-me em pressa de uma boa amiga, que foi mais que isso nas semanas passadas naquele pequeno mas hospitaleiro país. Agora, deixava esses momentos para trás e restabelecia a alegria de uma viagem para o que me era inesperado. Observava a paisagem, comovia-me e escrevia-o, porque mais tarde sabe bem partilhar...
tão descansada... até chegar à fronteira com a Bulgária... O autocarro parou. Os minutos passavam e eu não percebia nada. Mandaram-me sair do autocarro...Esperar mais... Que eternidade... Todos me olhavam como uma criminosa e ninguém falava bem inglês.
- "Tem de tirar as malas do autocarro."
- "o quê?! Mas porquê?!"
- "Vamos levá-la para uma sala ali."
Sem perceber nada revistaram-me... "De certeza que se vai resolver rapidamente", pensei...
Quatro horas a ouvir búlgaro e a responder a perguntas, até vir uma intérprete.
O problema? Não tinha passaporte e o nosso enorme BI que diziam não parecer verdadeiro.
"Bulgária já é União Europeia!" - dizia - "Não acredito nisto...Não tive problemas na Macedónia!"
Diziam que não era eu na foto. Mandaram-me falar português (como se percebessem se o dizia correctamente)... No fim, tudo se resolveu... "Desculpe o engano."
Segui viagem num autocarro de turcos para Sofia.
(exercício de escrita: 10 linhas, 10 minutos. Improvisamento, mas a história é real) :)

sábado, 13 de junho de 2009

Filosofias de meio tostão

12 de Junho de 2009 - Lisboa. Sexta-feira que sucede dois dias de feriado e que antecede o dia de Santo António. E a pergunta é: que dia foi aquele?

Toda a gente parece que se evaporou, estava uma brasa que não se respirava, e no meu trabalho senti-me como se tivesse sido deixada pelo meus pais no ATL enquanto eles foram trabalhar! Não se passava nada... estava ali só a encher cartuchos!
Há realmente dias em que temos de nos questionar sobre o que fazer para os tornar melhores...

E lembram-se daquelas deduções e induções que faziamos nas aulas de filosofia?
-> As pessoas são esquisitas.
-> Eu sou uma pessoa.

Logo, Eu sou esquisita!!!
=) sempre brilhantes!

Pensei mais um pouco e tirei as minhas próprias ilações deste fantástico raciocínio: Eu sou muiiitooo esquisita. Quase no limiar preocupante de me tornar doida...daquelas que não vão reparar que o são... E a Humanidade em si....custa-me um bocado fazer parte dela......

Hoje dói-me profundamente o ser!!!....

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Festas de Lisboa!

Lisboa é uma cidade que precisa de ser descoberta, apreciada e aproveitada. Tirar umas horas dos meus dias para me perder nela, é algo que considero absolutamente delicioso... Descobrir ruelas, edifícios, largos, mercados, lojinhas, livrarias, recantos... há sempre novas surpresas mesmo quando fazemos o mesmo caminho mais que duas vezes!
E se a essas horas juntarmos um descanso nalgum dos muitos miradouros da cidade, podemos observar as pessoas que ali passam, observar a cidade e o movimento lá em baixo, ou até ouvir música, escrever ou ler descansadamente... Há também a possibilidade de nos acercarmos dos inúmeros quiosques de rua, ou das tasquinhas bem simpáticas para bebermos um galão, ou um aperitivo e observar o movimento... Com alguma simpatia, conhecem-se pessoas que ainda têm paciência para conversar...conhecem-se rostos e histórias de vida... Um traçadinho na Casa do Alentejo ou uma ginginha do Rossio sabem sempre bem ao fim do dia... porque Lisboa nem sempre é como a pintamos... Há que humanizá-la e compreendê-la bem... está cheia de histórias para serem ouvidas, e pormenores a ansiar serem descobertos. É bom podermos relaxar numa cidade que nem é assim tão cosmopolita, e que vai sabendo acompanhar os tempos... Onde quem nos visita fica maravilhado com as vistas, e com a vida que podemos saborear nas nossas esplanadas enquanto se aproveita o fim do dia.

Estamos na altura das festas da cidade! Há bailaricos a cada esquina dos bairros antigos, e jantaradas que se prolongam até tarde. Quem percorre as ruas antigas, sente o cheiro a Verão, das noites que tardam a chegar, das mesas dos restaurantes nas ruas e do cheiro da sardinha assada.
O ponto alto será a noite de 12 para 13 de Junho. Onde se celebra a noite de "Santo António de Lisboa (para os italianos Santo António de Pádua (ver imagem da Basílica de Santo António, em Pádua, onde está sepultado)), com o nome de baptismo Fernando Martim de Bulhões e Taveira Azevedo, (Lisboa, cerca de 1191 / 1195 – Pádua, 13 de Junho de 1231), foi um frade franciscano português, canonizado pela Igreja Católica e por esta proclamado Doutor da Igreja. Primeiramente foi frade agostiniano em Coimbra (1210), depois frade franciscano conventual (1220), viajou muito, vivendo inicialmente em Portugal, depois na Itália e na França. No ano de 1221 passou a fazer parte do Capítulo Geral da Ordem de Assis, a convite do próprio Francisco, o fundador. Foi professor de Teologia e grande pregador. Foi convidado por São Francisco para pregar contra os Albigenses em França. Foi transferido depois para Bolonha e de seguida para Pádua. Morreu aos 36 anos." (retirado da Wikipédia).

Para quem quer aproveitar a cidade, o site www.egeac.pt dá-nos informação das mais variadas festas a ocorrer por esta altura.

Divirtam-se!


quinta-feira, 4 de junho de 2009

Istanti


Na verdade isto é 1 poema. Li-o numa vila perdida em Itália, à porta da loja de um artista, e desde aí que é uma inspiração para mim. Pequenas coisas mas... já dizia Thoreau: "The Man is richest whose pleasures are the cheapest."

"Se potessi vivere di nuovo la mia vita, nella prossima cercherei di commettere più errori. Non cercherei di essere perfetto, mi relasserei di più. Sarei più sciocco di quanto io non lo sia già stato, di fatto prenderei ben poche cose sul serio.
Sarei meno igienico.Correrei più rischi, farei più viaggi, contemplerei più tramonti, salirei più montagne, nuoterei in più fiumi. Andrei in luoghi dove mai son stato, mangerei più gelati e meno fave, avrei più problemi reali, e meno problemi immaginari.
Io fui uno di quelli che vissero ogni minuto della loro vita sensati e con profitto; Certo che mi son preso qualche momento di allegria. Ma se potessi tornare indietro cercherei di avere soltanto momenti buoni. Ché, se non lo sapete, di questo è fatta la vita...di momenti: non perdere l'adesso.
Io ero uno di quelli che mai andavano da nessuna parte senza un termometro, una borsa dell'acqua calda, un'ombrello e un paracadute; Se potessi tornare a vivere, vivrei più leggero. Se potessi tornare a vivere, comincerei ad andare scalzo all'inizio della primavera e resterei scalzo fino alla fine dell'autunno.
Farei più giri in calesse, guarderei più albe, e giocherei con più bambini, se mi trovassi di nuovo la vita davanti.
Ma vedete, ho 85 anni e so che sto morendo."

Jorge Luis Borges

Hino à Vida!


"Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não encontra graça em si mesmo. Morre lentamente quem destrói o seu amor-próprio, quem não se deixa ajudar. Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito, repetindo todos os dias os mesmos trajectos, quem não muda de marca, não se arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa com quem não conhece. Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru. Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o negro sobre o branco e os pontos sobre os "i's" em detrimento de um remoinho de emoções, justamente as que resgatam o brilho dos olhos, sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos. Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho, quem não se permite pelo menos uma vez na vida fugir dos conselhos sensatos. Morre lentamente quem passa os dias queixando-se da sua má sorte ou da chuva incessante. Morre lentamente quem abandona um projecto antes de iniciá-lo, não pergunta sobre um assunto que desconhece ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe. Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior que o simples facto de respirar. Somente a perseverança fará com que conquistemos um estágio esplêndido de felicidade."
Pablo Neruda

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Fim de capítulo


Lisboa, Portugal.
Um destes dias aprendi que tudo o que foi bom dura o tempo suficiente para ser inesquecível. E ponto! - pensei.
Somos o que vivenciamos, o que assimilamos, o que aprendemos, e somos claramente um bocadinho de todas as pessoas que se cruzam na nossa viagem. Seremos nós alguma vez um bocadinho de nós mesmos?
O que eu sei é que percebi que as pessoas se cruzam connosco sempre com um propósito, e algumas há que são necessárias para nos darem o "empurrãozinho" que precisávamos.
Digo isto para chegar onde quero mesmo: há já uns tempos acabei o meu capítulo, não fechei o livro, mas virei 2 páginas!
Disse um "basta!" para tudo o que me azicrinava há tempo de mais... tudo o que me torturava e consumia sem eu querer ver... Segui.
Estou aqui no meu novo capítulo, feliz por ter (pelo menos) encontrado o meu fio à meada, não me encontrei mas procurar-me-ei eternamente com certeza. É essa a minha busca. Serei eu? Serei daqui? o que faço? Gosto de pensar que temos um papel no meio disto tudo...gostava de poder pensar ao final do dia que cumpri a minha missão por hoje...Mas... cumpri?.... Perguntem-me para onde vou...Não sei... Sei que tenho um longo, longo caminho a percorrer.
Fim de capítulo? Sim.
Quero ser uma turista na minha cidade, um extra-terrestre no meu planeta. Quero espantar-me com o que observo, descobrir, aprender, viajar, assegurar-me que permito que alguém sempre saia da minha presença a sentir-se melhor e mais feliz.

"There is no destination. The journey itself is the essence of life experience."