segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Parar para ouvir

Novamente no metro, hoje de manhã, sentei-me ao lado de um senhor. Eu vinha com os phones e reparei que ele falava comigo. Tirei-os e perguntei "Desculpe?"
Ele fez-me uma pergunta sobre o tempo de ida dali ao Cais do Sodré. E pergunta atrás de pergunta, quando lhe respondo que trabalho e já não estudo, ele remata "Então já aprendeu tudo o que tinha a aprender", e eu: "Bem, isso depende... Posso ainda querer aprender mais!"
Isso levou-o a perguntar qual era a minha formação. Contei-lhe o que já estudei até descobrirmos que ele também estudou Geografia na mesma Faculdade que eu. Agora é professor de Geografia reformado. 
Foram alguns minutos a rever metodologias, professores e disciplinas. De repente, aquele senhor tinha estudado com "os grandes" da Geografia em Portugal. Alguns deles que só conheci em livros. Foi fascinante! E tanto que ainda tinha para lhe perguntar quando tive de sair na minha estação!
Faltou o tempo para mais, infelizmente!
Mas aqueles momentos foram o suficiente para chegar ao trabalho com um sorriso de orelha a orelha!

Tudo isto para concluir que, nós que vamos sempre na nossa vida, às vezes sem tempo para conversas, às vezes simplesmente sem vontade de falar... Ou nós que achamos que quando os outros nos falam nos estão a importunar sem sequer sabermos bem o que querem (arrogância no meu ponto de vista), às vezes poderíamos ser surpreendidos com histórias de vida ou com pessoas simpáticas e interessantes. 
Fiquei fascinada com a simpatia do senhor, que às tantas já me tratava por tu. Mais não seja, são coisas destas que nos dão sorrisos gratuitos, desses que às vezes parecem extintos no meio de estranhos!

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